Ao contrário de outras bebidas alcoólicas, digo que o vinho possui uma certa aura mística. Às vezes, é como se ele tivesse alma e conversasse comigo.
Primeiro trocamos olhares. É quando admiro suas cores belas, reflexos…contemplo seu maravilhoso brilho. Aí, como agradecimento, ele me envia flores, frutas, de vez em quando um perfume de mel ou madeira.
Enquanto curto todos esses presentes, não vejo a hora de ver que sabor ele tem. Na ponta da língua, percebo que se ele é doce ou seco. No céu da boca, sinto sua tanicidade, todo seu poder e complexidade. Por último, aproveito seu último suspiro, quando desce por minha garganta. Como desliza fácil! Fico com vontade de preencher mais uma taça. E espero por todos aqueles presentes de novo. As flores, as frutas…
Adoro bater um papinho com ele enquanto ouvimos música. Jazz e vinho: combinação fabulosa! Muitas vezes, ele também me faz companhia enquanto preparo o jantar, estimulando minha criatividade culinária.
Quem me conhece, sabe o quanto sou fã de pessoas que me fazem rir. Neste ponto, meu amigo vinho nunca me decepciona. Após a terceira taça, passo a acreditar que, como diria Chaplin, “um dia sem sorrisos é um dia perdido”. Me vejo mais alegre, feliz e grata pela vida.
Outra qualidade é a de ser agregador. Traz de volta antigos amigos, reúne a família e divide com eles todos os seus segredos.
Há tempos nos relacionamos e, por isso mesmo, precisava dizer o quanto você, amigo, mudou minha vida. E o quanto lhe devo esse lindo momento pelo qual estou passando. Obrigada, querido vinho! Que sejamos felizes para sempre!