Amigos, hoje tive vontade de pesquisar sobre mais um polêmica do mundo do vinho. Lembro-me de quando eu era criança e se dizia que qualquer espumante era champanhe. Fato é que todo champanhe é espumante, mas nem sempre o contrário é verdadeiro.
Champanhe: é todo o espumante produzido na região de Champagne, no norte da França, cuja capital chama-se Épernay. Inclusive, foi próximo a esta cidade, no povoado de Hautvillers, que os monges Don Pérignon e Don Ruinart fizeram de tudo para domar os vinhos que fermentavam mais de uma vez, fazendo suas garrafas explodirem. Sem falar que, naquela época, as borbulhas eram consideradas um defeito do vinho. Pois é, os tempos mudaram…
QUEM PODE USAR O NOME CHAMPANHE?
O Champanhe de verdade, além de ser produzido na Champagne, deve levar apenas uvas de vinhedos da região e serem fabricados através do método champenois (no qual o vinho é submetido a uma segunda fermentação dentro da própria garrafa). Esses e outros padrões são adotados graças à Denomição de Origem Controlada (AOC).
Trata-se de uma legislação que delimita toda a produção de Champanhe, inclusive os pré-requisitos para o uso do nome champanhe, que só pode ser atribuído aos vinhos originais da região. Qualquer bebida semelhante, mesmo que produzida pelo método champenois, proveniente de outros locais e/ou países, só pode ser chamada de espumante e nunca champanhe. Isso protege tanto as vinícolas quanto os trabalhadores do terroir.
No entanto, há sempre alguém tentando burlar a lei. Nos EUA, é comum vinhos espumantes apresentarem no rótulo a inscrição “Champagne” ou “American Champagne”. Agora,você já sabe que não são originais.
Ao meu ver, nem os espumantes brasileiros que conseguiram o direito de usarem o nome por decisão do STF podem ser considerados champanhes. Eles alegam produzir o espumante com esta denominação bem antes da legislação francesa entrar em vigor, em 1927. Mas, gente, não é da região da Champagne. É só marketing que, convenhamos, é totalmente desnecessário, visto que os nossos espumantes estão dando show de qualidade lá fora.
PRODUÇÃO
O legítimo champanhe é produzido com três castas: a chardonnay (em maior proporção), a pinot noir e a pinot meunier. Estas últimas são uvas tintas, mas os vinhos utilizados, elaborados sem a casca, são brancos.
O champanhe é um corte (mistura de vinhos em proporções determinada pelos enólogos) de trinta a até cerca de duzentos vinhos brancos. O tradicional é feito com um corte de cerca de 30% de vinhos brancos de uvas tintas, o rosé com corte de vinhos tintos, o blanc des blancs, apenas com uvas brancas e o blanc des noirs elaborado apenas com uvas tinto.
Desde o ano passado, a Unesco classificou as Encostas, Caves e Casas de Champagne como Patrimônio da Humanidade.
Enfim, num momento em que o clima tem estado perfeito para o consumo do nosso amado espumante, é sempre bom termos essas diferenças em mente. E, agora, você já sabe! Nem tudo o que borbulha é Champanhe. Sidra não é Champanhe. Água com Gás também não. Refrigerante idem.
E vamos prestigiar a efervescência brasileira, que está maravilhosa!
Até a próxima! Ótimos vinhos! Tim-Tim!
Concordo plenamente com você. O espumante brasileiro esta pedindo passagem. Não so o gaúcho, não só o método champenoise, mas textos como o seu nos colocam nos trilhos da auto estima como brasileiros.
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Muito obrigada, Antônio! Eu acredito que o espumante será o responsável por inserir definitivamente o Brasil no mapa mundial do vinho fino. A partir dele, outros países terão a curiosidade de provar o que nós temos de bom como um tudo.
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Republicou isso em Vila Viníferae comentado:
O nome Champanhe é apenas para as borbulhas produzidas na região francesa de mesmo nome. De resto, é tudo marketing desnecessário nos dias de hoje.
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