Conheça 6 Dos Principais Defeitos do Vinho e Aprenda A Identificá-los

O vinho, nosso preciosos néctar, nem sempre é perfeito. É difícil dizer isso sobre a nossa bebida favorita, mas é verdade. E não falo somente de qualidade ou gosto pessoal. Volta e meia, uma ou outra garrafa se apresenta com defeito. Aí, meus amigos, já era! Fim de festa! Mas não chore sobre o vinho derramado, pois hoje te ensinaremos como identificar essas falhas de forma rápida e eficaz. Basta usar muito bem o olfato. Preparados? Então, vamos lá!

O QUE HÁ DE ERRADO COM MEU VINHO?

Certos aromas funcionam como sinais indicadores de que o vinho está impróprio para o consumo, sendo que alguns nunca mudam e se mostram sempre da mesma forma. Confira, a seguir, os seis defeitos mais comuns:

Vinho Bouchonée 

Está aí uma das falhas mais comuns do nosso amado néctar, capaz de tirar o sono dos viticultores e colecionadores. Supõe-se que cerca de 8% das garrafas são vedadas com rolhas de cortiça, que podem ou não estar contaminadas pelo fungo TCA. (Já existe um vedante de cortiça à prova de bouchonée. Conheça aqui).

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O odor de mofo da rolha danificada pelo TCA (bouchonée, em francês) pode variar de imperceptível a extraordinariamente potente. Num restaurante, se o seu vinho chegar com cheiro de jornal úmido ou cachorro molhado, pode mandar voltar, pois as chances do mesmo estar defeituoso são grandes.

Quer evitar esse problema? Então, opte por garrafas vedadas com screw cap (tampa de rosca). Alguns enófilos ainda têm um certo preconceito com esse tipo de rolha, mas isso já está mudando. Trata-se de um método utilizado amplamente em diversos países, desde à década de 70, como Austrália e Nova Zelândia. Bom vinho com zero TCA. 

Vinho Cozido

Se você encontrar uma garrafa com a rolha empurrada para cima, dessas que chega a atravessar a cápsula de alumínio, podes crer que o vinho foi danificado pelo calor, ou seja, “cozido”. Quando exposto ao calor extremo, o vinho pode se expandir na garrafa, direcionando a rolha para fora, às vezes até vazando o líquido.

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A bebida perde seus odores de frutas frescas e adquire sabores de frutas passadas ou, até mesmo, “cozidas”. Porém, alguns exemplares de alto teor alcoólico já carregam naturalmente essas impressões, como é o caso do Zinfandel, Amarone e vinhos fortificados.

Para evitar esse problema, nunca deixe suas garrafas dentro do carro no sol quente (comprar vinho e ir à praia, de jeito nenhum!). Em casa, armazene suas garrafas em local fresco e ao abrigo do calor. Se você não tiver uma adega, vale posicionar seus vinhos na horizontal por cima de qualquer superfície que proporcione esse efeito, como piso frio ou ardósia, por exemplo.

Vinho Brettanomyces

Brettanomyces (ou Brett) é uma levedura encontrada em diversas caves não muito limpinhas. Ela contribui com sabores corrompidos, como o de “celeiro”(onde ficam os boizinhos mesmo..rs.rs.) e Ban-Daid (sim, o curativo!). Algumas regiões francesas do Rhone gostam de se divertir com suas bretts, que adicionam uma intrigante complexidade ao vinho. Porém, se for excessiva, podem deixar a bebida bem desagradável.

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A melhor solução para o Brett é descobrir o seu gosto pessoal. Se você ama, compre uma garrafa de Châteauneuf Du Pape e seja feliz. Se não, evite exemplares similares e alerte seu sommelier sempre que o mesmo for indicar-lhe algo do tipo.

Acidez Volátil

Se o vinho parece estar no caminho para se tornar vinagre, é possível que ele esteja nessa categoria. Acidez Volátil é um termo usado para descrever a presença de ácido acético no vinho. Este ácido é produzido pela bactéria acética ou acetobacter, que age sobre o álcool, na presença de oxigênio. Ele não apresenta nenhum aroma característico, sendo mais facilmente identificado pelo sabor acre e levemente adocicado.

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Assim como o Brett, em pequenas doses a Acidez Volátil pode proporcionar à bebida um olfato interessante. Porém, quando a AV cresce fora do controle, é desequilíbrio na certa.

Oxidação

Já se deparou com um jovem Chardonnay ou Pinot Grigio de coloração estranhamente marrom, com sabor de nozes? É bem provável que ele estivesse oxidado. A exposição gradual ao oxigênio é inevitável e essencial ao processo de envelhecimento do vinho. Porém, se um vinho tinto ou branco se oxidar prematuramente (muitas vezes devido a uma rolha de cortiça seca), isso acaba por se tornar um defeito.

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Ou seja, se em um restaurante lhe servirem um vinho oxidado, também é motivo para mandá-lo de volta. Para evitar esse problema em casa, sempre armazene suas garrafas na posição horizontal.

Enxofre e Sulfeto de Hidrogênio

O enxofre pode tomar muitas formas desagradáveis em uma garrafa de vinho. O dióxido de enxofre é usado pelos enólogos para conservar a bebida. Mas, se for mal-administrado, pode produzir odores desagradáveis de palito de fósforo ou borracha queimada.

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O sulfeto de hidrogênio, um subproduto da fermentação em certos vinhos, pode emitir odores de “ovo podre” (ecaaa!). Em ambos os casos, basta colocar o vinho no Decanter por um tempinho, deixando-o respirar, que os aromas desagradáveis são reduzidos e o problema é facilmente solucionado.


Então é isso, meus amigos! Quando se trata de degustar vinhos, temos que ter esses fatores em mente, a fim de ter a certeza de que o vinho está realmente saudável.

E vocês? Já se depararam com alguma garrafa defeituosa? Como identificaram? Conseguiram solucionar o problema? Eu já dei de cara com uma garrafa bouchonée em meio a uma palestra sobre vinhos defeituosos e, na ocasião, foi muito bacana. Mas, geralmente, é bem desagradável.

Boa semana! Bons vinhos! Tim-Tim!

5 comentários

  1. Oi Sabrina!
    Curiosamente e acidentalmente já provei um vinho bouchoneé em uma aula do curso de Sommelier na ABS-SP.
    Foi interessante pois, como tratavam-se de várias garrafas do mesmo vinho e apenas uma delas estava bouchoneé, pudemos observar bem a diferença entre o vinho bom e o “ruim”…
    Muito boas suas matérias, parabéns!
    Abraços

    Silvia

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  2. Comprei um chardonnay, que estava com uma borra marron na rosca e consequentemente próximo a boca da garrafa.
    Fiquei apreensiva em beber, apesar de estar bem lacrado.
    Pode ter ocorrido a oxidação nesse caso!?

    Desde já obrigada.

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