Os Efeitos da Música No Vinho

Amigos, o Globo Repórter sobre a bebida dos deuses ainda está rendendo. Um dos pontos altos da matéria foi, sem dúvida, os barris descansando ao som de Bossa Nova. Agora, será que a música realmente ajuda no desenvolvimento do vinho ou se trata apenas de lenda e superstição?

MÚSICA: QUEM NÃO GOSTA?

Eu amo música! E vocês? Trata-se de um dos prazeres mais complexos que existem. Ela tem o poder de alterar nossas emoções e até mesmo mudar a maneira com que percebemos as coisas ao nosso redor. É um elemento que sempre esteve presente na vanguarda da expressão humana e que continua a evoluir na medida em que são criados novos estilos de letras e melodias.

E como o néctar de Baco também é uma das minhas paixões, hoje vamos desvendar algumas das descobertas mais intrigantes que envolvem vinho e música.

A MÚSICA PODE INFLUENCIAR O VINHO QUE COMPRAMOS?

De acordo com uma teoria conhecida como “Efeito Primário”, a resposta para essa pergunta é SIM! Diversos estudos ao longo do tempo acompanharam esse fenômeno, mas um dos mais significativos ocorreu em 1999, quando os cientistas decidiram monitorar a influência da música nas compras em lojas de vinhos.

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Fato é que quando colocavam música italiana no ambiente, aumentava a quantidade de vinhos italianos vendidos. O mesmo ocorria com a música alemã, francesa, portuguesa e daí por diante. O “Efeito Primário” aumenta uma área particular de nossa memória, influenciando nas nossas decisões. Nesse caso, seria no vinho que compramos.

 A MÚSICA PODE INFLUENCIAR A FORMA COM QUE DEGUSTAMOS O VINHO?

Um sujeito chamado Adrian North fez uma parceria com a Montes Winery para investigar de que forma ouvir diferentes tipos de música pode afetar as notas de degustação que damos para os rótulos que bebemos.

Seu primeiro passo foi encontrar 4 canções e associar características a elas, sem nenhum vinho envolvido. Ele, então, formou 5 grupos diferentes com base nessas músicas:

Grupo 1: características poderosas e pesadas (Carmina Burana por Orff)

Grupo 2: características sutis e refinadas (Valsa das Flores, do “Quebra-Nozes”, de Tchaikovsky)

Grupo 3: características de frescor (Just Can’t Get Enough por Nouvelle Vague)

 Grupo 4: características de maciez e suavidade (Slow Breakdown por Michael Brook)

Grupo 5: características do grupo de controle (Sem Música)

Os participantes de cada grupo receberam um Cabernet Sauvignon e um Chardonnay chilenos e, após 5 minutos de degustação, foram convidados a descrever os vinhos. Nesse momento, os pesquisadores notaram que os participantes tendiam a descrever os vinhos de acordo com as características da música que estava tocando no momento da degustação, independente se a pessoa estava degustando um vinho branco ou tinto. 

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O grupo de controle, por sua vez, obteve um resultado totalmente diferente, visto que não tiveram a música como plano de fundo. Isso explica porque a maioria dos restaurantes investe em som ambiente. Já foi comprovado que os clientes costumam gastar mais quando toca música clássica, por exemplo.

A MÚSICA PODE AFETAR A QUALIDADE DO VINHO?

Chegamos a um dos assuntos do Globo Repórter. Sim, amigos, há evidências que comprovam que a música pode melhorar a qualidade dos vinhos. De fato, grandes nomes como Cloudy Bay e De Morgenzon já adotaram a música como forma de incrementar seus vinhos. Trata-se de vinícolas que dispõem de auto-falantes bombardeando música 24 horas por dia em direção às suas videiras.

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Segundo Hylan Applebaum (proprietário da vinícola De Morgenzon), a música fortaleceu suas vinhas, melhorando sua saúde. Seu raciocínio é que como as videiras mudam de tamanho devido ao efeito da música, elas ganham uma área de superfície maior que, por sua vez, aumenta a taxa de fotossíntese, açúcar e, portanto, concentração de sabor dentro das uvas.

Tá rindo, é? Mas isso tudo é cientificamente comprovado. Pesquisas na Coréia do Sul demonstraram que quando a música clássica era tocada em plantações de arroz , esta desencadeava dois genes dentro da planta (rbcS e Ald), resultando em uma colheita de melhor qualidade. O mesmo foi atestado numa plantação de cebolas. Ou seja, não é brincadeira não!


Então, meus amigos, nessa viagem descobrimos que a música pode influenciar os estilos de vinhos que compramos, permitindo-nos perceber que tomamos uma decisão de compra melhor. Ao mesmo tempo, percebemos que um bom som pode, inclusive, alterar nossas notas de degustação, julgando os vinhos como de melhor qualidade. E, por fim, exploramos a possibilidade de que as melodias ajudam a desencadear genes em plantas, melhorando os resultados de cultivo.

Tudo isso cientificamente comprovado. Particularmente, acho que algumas músicas são especiais para serem apreciadas com uma taça de vinho. Entre meus estilos favoritos estão Jazz, Blues e Reggae (adoro!). E você? Qual a trilha sonora da sua degustação?

Boa semana! Bons Vinhos! Tim-Tim!

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