Sem dúvida, o Vinho Verde tem tudo a ver com o verão. Frescos e jovens, esses exemplares são agradáveis e fáceis de beber. Ou seja, trata-se do companheiro perfeito para um dia de sol e calor (na praia, inclusive!).
Além disso, os Vinhos Verdes geralmente são bem acessíveis. Sendo assim, com mais ou menos R$5o é possível adquirir um rótulo que tem tudo para ser aquele sopro refrescante num dia quente. Produzido em Portugal, ele pode, ainda, ter uma leve qualidade efervescente que acentua sua acidez e frescor.
Muitas vezes, uma taça de Vinho Verde geladinho pode se apresentar como um oásis em pleno sol escaldante. Aliás, no verão, o Vinho Verde pode ser uma ótima alternativa ao espumante, seja como aperitivo ou para acompanhar um belo prato de frutos do mar, incluindo, aí, as delícias da culinária japonesa.
REGIÃO DEMARCADA DOS VINHOS VERDES
Na real, o Vinho Verde não é verde. Trata-se de um exemplar branco (ou tinto), que provém de uma das maiores regiões produtoras de Portugal. Cercada por uma bela paisagem verde, o local se beneficia da proximidade com o Oceano Atlântico para cultivar uvas destinadas a um caldo que é a personificação perfeita de seu terroir: claro, fresco e exuberante.
A Região Demarcada do Vinho Verde foi instituída em 1908 e regulamentada entre 1926 e 1929. Trata-se de uma das mais pitorescas do mundo, graças ao sistema de treliças que os vinicultores usam para serpentear as vinhas ao longo das colinas.
Algumas das parreiras chegam a escalar os postes de luz, permitindo que os winemakers tirem proveito de cada centímetro quadrado de terra para dar vida a essa uva, que é puro frescor.
Pelas variações existentes, foram estabelecidas seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel.
PRODUÇÃO DO VINHO VERDE
O Vinho Verde é tradicionalmente feito a partir de uma mistura de uvas, entre elas a famosa Alvarinho (Albariño, na Espanha). Porém, os vinhos que incluem a Alvarinho na assemblage costumam ser mais caros em virtude da reputação dessa variedade, conhecida como de melhor qualidade frente às demais. Mas, independente da uva com que for feito, saiba que um bom vinho verde é sempre refrescante e delicioso. Satisfação garantida!
Fora tudo isso, o bônus adicional fica por conta de que o Vinho Verde possui um teor alcoólico baixo (em torno de 8%) se comparado a outros exemplares. Ou seja, é quase a mesma graduação de uma cerveja das mais encorpadas. Logo, é o vinho perfeito para um piquenique no parque ou uma boa farra na piscina ou à beira mar.
VINHO VERDE TAMBÉM PODE SER TINTO
Apesar dos exemplares brancos serem mais conhecidos, sobretudo no Brasil, a região também produz rótulos tintos, sobretudo das castas Vinhão e Espadeiro. Veja, abaixo, as principais cepas brancas e tintas que dão origem a esse estilo de vinho tão interessante:
Principais Castas Brancas:
Alvarinho
Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço, mas dada a sua elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do país. O vinho caracteriza-se por uma cor intensa, palha, com reflexos citrinos, aroma intenso, distinto e complexo, que vai desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracujá e líchia, a flor de laranjeira e violeta, a avelã e noz, e a mel, sendo o sabor complexo, macio, redondo, harmonioso, encorpado e persistente.
Arinto
Casta cultivada por toda a Região (não recomendada na sub-região de Monção e Melgaço). Conhecida como Arinto de Bucelas, atinge o seu mais elevado nível de qualidade nas zonas interiores da região. Os vinhos são de cor citrina a palha, apresentam aroma rico, do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pêra) ao floral (lantanas). O sabor é fresco, harmonioso e persistente.
Avesso
Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas dada a sua alta qualidade, tem sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e Sousa. Produz vinhos de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre o frutado (laranja e pêssego), o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o caráter frutado dominante, delicado, subtil e complexo. O sabor é frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se somente alguns meses após a vinificação.
Azal
Casta cultivada particularmente em zonas do interior onde amadurece bem e atinge o seu nível de qualidade quando plantada em terrenos secos e bem expostos das sub-regiões de Amarante, Basto, Baião e Sousa. Produz vinhos de cor ligeira, citrina aberta, descorada, aroma frutado (limão e maçã verde) não excessivamente intensos e complexos; finos, agradáveis, frescos e citrinos, sendo o sabor frutado, ligeiramente acídulo, com frescura e jovem, podendo em anos excecionais revelarem-se encorpados e harmoniosos.
Loureiro
Casta cultivada em quase toda a região e melhor adaptada às zonas do litoral, não sendo recomendada apenas nas sub-regiões mais interiores como Amarante, Basto e Baião. Antiga e de alta qualidade, produz vinhos de cor citrina, aroma fino, elegante, que vai do frutado de citrinos (limão) ao floral (frésia, rosa) e melado (bouquet), sendo o sabor frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, encorpado e persistente.
Trajadura
Casta cultivada por toda a região (não recomendada na sub-região de Baião), de boa qualidade, produz vinhos de cor intensa, palha dourada, de aroma intenso, a frutos de árvore maduros (maçã, pêra e pêssego), macerados, sendo o sabor macio, quente, redondo e com tendência, em determinadas condições, a baixa acidez.
Principais Castas Tintas
Espadeiro
Casta de alguma expansão na Região, não é recomendada para as sub-regiões de Baião, Monção e Melgaço e Paiva. Produz vinhos de cor rubi, de aroma e sabor à casta e frescos. Tradicionalmente vinificada em “bica aberta” em diferentes locais da Região para produção de vinho rosado.
Padeiro
Casta de pouca expansão na Região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Basto, sendo hoje também recomendada nas sub-regiões do Ave e do Cávado. Produz vinhos de cor vermelha rubi a vermelha granada, de aroma e sabor à casta, harmoniosos e saborosos.
Vinhão
Casta de grande expansão é cultivada em toda a Região pela sua qualidade e dado ser a única casta regional tintureira. Produz vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma vinoso, onde se evidenciam os frutos silvestres (amora e framboesa), sendo o sabor igualmente vinoso, encorpado e ligeiramente adstringente.
Cheguei à conclusão de que um Vinho Verde geladinho é a opção perfeita para a ceia natalina, sobretudo se for em um dia de calor daqueles. Combina com o bacalhau e o salpicão, pratos tradicionais nessa época do ano. E, sim, vai bem até com Peru e Chester. Sem falar que ainda dá para bebericar tranquilamente na companhia de castanhas e frutas secas. Adoro!
Pessoal, ultimamente o Vinho Verde tem enchido o povo português de orgulho. Afinal, não é para menos! Tenho visto várias receitas de drinks com o vinho pela enosfera, inclusive em sites gringos.
Então é isso, galera da enofilia. Bons Vinhos! Tim-Tim!
Referência: http://www.vinhoverde.com/pt
[…] companhia dos amigos, nada como variar, exercitando os dotes de bartender com um super Wine Drink! O de hoje é elaborado com Vinho Verde, estilo que promete se tornar o queridinho da estação. Perfeito para o pós-praia, ao som de jazz e bossa-nova. Chique e […]
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[…] São vinhos em sua maioria leves e jovens, com a cara do público brasileiro e carioca. Quer saber mais sobre os Vinhos Verdes. Então dá uma olhada nesse artigo que escrevi sobre eles, n… […]
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Republicou isso em Vila Viníferae comentado:
O vinho verde é uma opção fresca e acessível para esse verão!
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