Robert Parker: Quem Degusta e Pontua os Vinhos Para o Maior Crítico de Todos os Tempos

Seja profissional do mundo do vinho ou enófilo convicto, provavelmente você já deve ter ouvido falar nessa figura folclórica chamada Robert Parker, nem que seja nos pequenos selos de garrafas expostas nas vitrines de sites e lojas especializadas. Pois bem, enoamigos, simplesmente ele é o cara que inventou o sistema de pontuação e classificação de vinhos que conhecemos hoje em dia e já foi copiado por inúmeros outros críticos e publicações ao redor do mundo.

COMO TUDO COMEÇOU

Até 1983 Robert Parker era apenas um advogado e autor de uma pequena newslettler  de vinhos que circulava nos arredores da cidade de Baltimore, nos Estados Unidos, chamada Wine Advocate. Nesse mesmo ano, Parker, confiando em sua capacidade sensorial, arriscou-se a afirmar que a 1982, em Bordeaux, seria a safra do século e que nenhum colecionador ou enófilo sério deveria perder a oportunidade de ter pelo menos alguma daquelas garrafas na adega.

Mais do que isso, Robert Parker ousou peitar Robert Finigan, o escritor de vinhos mais importante da época. Segundo Finigan, a safra de 82 em Bordeaux tinha tudo para ser um grande fiasco, dando origem a vinhos com baixa acidez e pouca capacidade de maturação frente a exemplares de safras anteriores.

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Robert Parker

Resultado do embate: Finigan se deu mal e os poucos seguidores de Parker se deram muito bem! Afinal, sabemos que a safra de 1982 foi realmente excepcional, valorizando ainda mais os seus vinhos até os dias de hoje. Após o episódio, muita gente decidiu adquirir as garrafas indicadas por Parker, sobretudo em virtude da taxa de câmbio favorável daqueles anos. 

Daí para o estrelato foi um pulo! Rapidamente, os apreciadores de vinhos passaram a considerar Parker um cara antenado, com habilidades que não poderiam ser subestimadas, capaz de prever de onde viriam as garrafas mais preciosas. Até hoje, os vinhos bem-pontuados pelo crítico se tornam valorizados e famosos no mercado – objetos de desejo de ricaços e colecionadores.

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Muito se fala sobre o fato de o gosto pessoal de Robert Parker ter moldado uma preferência mundial, sobretudo por vinhos mais potentes e com forte presença de madeira em suas nuances. Para mim, atualmente, há vinhos para todos os gostos e o que realmente deveria ser levado em conta é o que cada um gosta. Mas isso já é assunto para outro artigo..rs.

A EQUIPE DE PONTUADORES DE PARKER

Desde 2015, uma equipe de críticos foi formada para ajudar Robert Parker a pontuar seus vinhos. Afinal, as regiões vinícolas do mundo crescem cada vez mais (que bom!) e Parker teria que se desdobrar para dar seu parecer, tendo em vista tantos caldos interessantes. Porém, isso não significa de maneira alguma que o crítico vai pendurar as chuteiras, muito pelo contrário. Parker quer ter tempo para se dedicar ainda mais à avaliação dos vinhos de Bordeaux, sua grande paixão, sobretudo a evolução das safras mais antigas.

Sem falar que “terceirizar” suas opiniões acaba por dar chance para os críticos da nova geração mostrarem suas habilidades e conquistarem suas próprias reputações.

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Vejamos quem é a turma de Parker e os responsáveis por avaliar cada grupo de vinhos:

  • Robert Parker: Pontua os vinhos de Bordeaux e do norte da Califórnia.
  • Neal Martin: Um dos braços direitos de Parker, pontua Bordeaux, Borgonha, Oregon, África do Sul, Sauternes, Madeira e Tokay.
  • Jeb Dunnuck: Pontua os vinhos do Rhône, Provence, Languedoc Roussillon, Washington e Califórnia Central.
  • Luis Gutierrez: Pontua os vinhos da Espanha, Argentina, Chile e Jura.
  • Lisa Perrotti-Brown: Pontua os vinhos da Austrália e Nova Zelândia.
  • Stephan Reinhardt: Pontua os vinhos da Alemanha, Áustria, Suíça, Alsácia, Champagne e Valle do Loire.
  • Monica Larner: Pontua os vinhos da Itália.
  • Mark Squires: Pontua os vinhos de Portugal, Grécia, Israel, Líbano, Bulgária, Eslovênia, Croácia, Romênia, Sérvia e Costa Leste dos Estados Unidos.

Eu sempre tive a curiosidade de saber um pouco mais sobre essa figura lendária que representa Robert Parker no mundo do vinho e acredito que vocês também, sobretudo porque os vinhos brasileiros ainda não são avaliados por sua equipe (espero que sejam em breve, afinal, é inegável a qualidade do néctar em nosso país).

Até a próxima! Bons vinhos! Tim-Tim!

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