Logo de cara podemos dizer que um alimento é qualquer substância, comida ou bebida, que contribua para a nutrição dos seres vivos. Não só para fins nutricionais, como também sociais e psicológicos.
O alimento é NUTRICIONAL porque fornece matéria e energia para o anabolismo e a manutenção das funções fisiológicas. SOCIAL, porque favorece a comunicação e o estabelecimento de laços afetivos, bem como as conexões sociais e culturais. E PSICOLÓGICO, porque melhora a saúde emocional, proporcionando alegria e satisfação.
Tendo em vista essa definição, não há dúvidas de que o VINHO É UM ALIMENTO, pois, se por um lado, contém macronutrientes (carboidratos e algumas proteínas), que fornecem energia, por outro dispõe de micronutrientes, como sais minerais, oligoelementos e até vitaminas. Isso porque eu ainda nem mencionei o fato de que o nosso néctar fomenta a comunicação, conexões, enfim, junta as pessoas! Ah, e ainda oferece prazer e satisfação. Ou seja, se existe um produto que atende totalmente a definição de alimento, esse com certeza é o VINHO!
BAIXO TEOR DE PROTEÍNAS
As proteínas geralmente são escassas o vinho (em torno de 1 a 2g por litro). Esse baixo teor no vinho, ao contrário do suco de uva, deve-se ao seu processo de produção. Ou seja, se tomarmos por base que a quentidade de proteína reocmendada é de 1g por quilo de peso corporal, chegamos a conclusão de que o vinho não pode ser considerado uma grande fonte de proteínas.
SEM ADIÇÃO DE AÇÚCAR
Quanto aos carboidratos, estes podem ser encontrados em proporções variáveis, dependendo da forma com que o vinho é elaborado. Durante a fermentação alcoólica, a maior parte dos açúcares do mosto (suco da uva) é transformada em álcool, graças à ação das leveduras. No vinho tinto, os açúcares residuais, como glicose e frutose, representam apenas de 2 a 3 gramas por litro. Já no vinho branco, essa porcentagem pode ser maior.
Além dos citados acima, o vinho também pode conter outros açúcares, como aqueles naturais do álcool. Em todo caso, com exceção de vinhos doces (com açúcar residual), os de sobremesa e fortificados, a maioria dos presentes no mercado atual é de vinhos secos, com baixo teor de açúcar, sendo que, após a fermentação, este nunca é adicionado a esse tipo de bebida.
0% DE GORDURA
Lipídios (gorduras) são compostos químicos formados, principalmente, por misturas orgânicas de ácidos graxos. O vinho não contém lipídios e é essencial que essa susbtância não chegue nem perto da bebida dos deuses, afinal, certamente isso traria um gosto desagradável. O único risco é que as sementes de uvas, quando esmagadas, podem liberar uma espécie de óleo. Por isso, em algumas ocasiões, é possível visualizar algo gorduroso nas paredes da taça depois que se bebe o vinho, mas é raro, bem raro! Ou seja, em geral, o nosso néctar é 0% gordura.
ÁLCOOL E SAIS MINERAIS
O álcool é outra substância que, óbviamente, aparece no vinho. No entanto, é importante notar que o teor alcoólico de um vinho é determinado pela quantidade de açúcar das uvas durante a colheita. No vinho, o % de álcool indica a proporção deste na garrafa. Por exemplo, 14% contém 105ml de álcool por garrafa de 750ml ou cerca de 140ml por litro. O vinho contém, sobretudo, álcool etílico, mas também podemos encontrar outros tipos de álcool, como Glicerina, Metano, Eritritol, entre outros poli-álcoois.
Com relação aos sais minerais, vale lembrar que o vinho contém de 2 a 4 gramas de sal por litro. Os minerais que podemos encontrar no vinho são: potássio, sódio, cálcio, cloro, enxofre, flúor, silício, iodo, bromo e boro. Alguns desses elementos são muito raros em alimentos mais comuns de serem consumidos.
O vinho possui, ainda, alguns elementos nutricionais ou oligoelementos, como ferro, cobre, zinco e manganês. Alguns vinhos são bem ricos em ferro, facilitando a boa absorção intestinal. Por outro lado, o vinho pode conter elementos indesejáveis, como alumínio, chumbo e até mesmo arsênico, embora em proporções praticamente insignificantes.
No vinho também encontramos muitas VITAMINAS, como a B12, B6 e B2, porém, em baixas proporções. O fermentado não contém Vitamina C, apesar desta estar presente naturalmente nas uvas.
OS MARAVILHOSOS POLIFENÓIS
Um dos aspectos que mais é ressaltado nos vinhos fica por conta da quantidade de polifenóis. Isso porque estes são ótimos aliados para a saúde. Se por um lado o vinho branco possui apenas algumas miligramas, por outro, o vinho tinto contém de 1 a 3 gramas por litro de polifenóis que estão, a princípio, concentrados nas cascas, sementes e engaços das uvas.
E por que se fala tanto em polifenóis? Essas substâncias são famosas por transformarem o vinho num poderoso aliado na prevenção cardiovascular. Entre os fenóis, distinguimos ácidos fenpolicos ou ácido fenólico, flavonóides (ou fator de vitamina P), antocianos, fleuma, taninos, quinonas e resveratrol.
No vinho encontramos, ainda, ácidos minerais como tartárico, malico e salicílico, entre outros. Todos eles contribuem para tornar o vinho um líquido alcoólico acídico, cujo Ph está entre 2 e 3, ou seja, uma acidez próxima a do estômago. Desta forma, a bebida facilita a digestão de proteínas alimentares. Logo, a recomendação de se consuir o vinho durante as refeições não vem por acaso e também tem uma razão sob o ponto de vista químico-nutricional.
Depois de tudo isso, é impossível encarar o vinho apenas como bebida alcoólica. Não, não é! O vinho é SIM, um alimento que, se consumido com equilíbrio, faz muito bem paea a saúde. Por essas e outras que tantos países incentivam a produção e o consumo do vinho (infelizmente não é o caso do Brasil, mas isso já é história para outro post).
Então é isso, enoamigos! Uma semana repleta de ótimos vinhos para vocês. Até a próxima! Tim-Tim!
Referência: Vinetur