Rio de Janeiro – No último dia 30 de novembro, a Importadora Belle Cave brindou enófilos e profissionais do mundo do vinho com uma super MasterClass no salão de eventos do Hotel Emiliano, na qual apresentaram grandes nomes do seu portfólio. E o melhor: com participação dos próprios responsáveis das vinícolas, que vieram ao Brasil especialmente para nos mostrar seus rótulos.
Sem dúvida, o destaque ficou por conta dos pequenos produtores escolhidos pela Belle Cave para figurar em seu portfólio. Tudo isso foi citado logo no início do evento pelo proprietário, Ulisses Kameyama, assim como a participação das mulheres na elaboração dos vinhos.

Tradicionais e atenciosos, os representantes das vinícolas surpreenderam a todos com vinhos carregados de alma e personalidade. Bora falar sobre as vinícolas e os rótulos que mais me chamaram a atenção 😉 :
CHAMPAGNE LOUISE BRISON
O evento teve início com a Maison Louise Brison, da região de Champanhe, que produz exclusivamente rótulos safrados (millésimes). Trata-se de um produtor de boutique, que segue um conceito artesanal único, resultando em champagnes realmente especiais.
Fundada em 1991, a casa possui 13 hectares de vinhas plantadas em Côtes des Bar, departamento de Aube, Champagne, lugar onde a Pinot Noir amadurece com perfeição, vigor e muito sabor. Praticam a cultura orgânica desde a fundação e, assim, prezam pela integridade da terra, identidade do terroir e tradição de Champagne.
Champagne Louise Brison – Cuvée Tendresse 2008
Vinificado em barricas de carvalho usadas, com fermentação malolática parcial, o Cuvée Tendresse amadurece 8 meses em barrica e envelhece em garrafa, sobre as borras, ao longo de 7 anos, para que o vinho ganhe complexidade. E que complexidade. Notas de tostado e pão brioche exuberantes fazem jus às premiações do rótulo, superelegante!
- Medalha de Ouro – Chardonnay Du Monde 2016
- Medalha de Prata – Decanter World Wine Awards 2016
- Medalha de Ouro – Concurso dos melhores vinhos franceses nos EUA (Miami, 2016).
Champagne Louise Brison Rosé 2010
Me apaixonei por esse Rosé, 100% Pinot Noir. Diferente de grande parte dos rótulos rosés da Champanhe, elaborados por mistura (de branco e tinto), aqui temos um exemplar produzido por Maceração, através do qual o mosto fica por 4 dias em contato com as cascas.
Outro ponto é que ele não passa por fermentação malolática e amadurece 8 meses em barris de carvalho, com envelhecimento “sur lies” (contato com as leveduras) na garrafa de junho de 2011 e degórgement (retirada das leveduras) em 2016.
De acordo com o fundador da Maison, Francis Brulez, trata-se de um champanhe perfeito para harmonizar com um churrasco tipicamente brasileiro.
SARAH SELECTIONS, NAVARRA
Enfim, nossa viagem chega à Espanha, sobretudo Navarra. Como boa apreciadora dos Rosés, na mesma hora já fiquei ansiosa pelo que viria. E, além do rosado, adorei um 100% Garnacha Blanca de ótimo custo-benefício (75,00), servido logo no início da apresentação realizada pela própria Sarah Martinez, que nos brindou com um portuñol supersimpático e atencioso.

Sarah Selections é uma empresa criada por Sarah Martinez-Lagos e Leon Florez em 2013. Eles conseguiram unir vários produtores de toda a Espanha que têm o objetivo de trabalhar de mãos dadas com o maior respeito pelo terroir deles.
Latido de Sarah 2016, Navarra (100% Garnacha Blanca)
Vinificado em tanques de inox, o Latido de Sarah Blanco 2016 recebeu 86/100 pontos do renomado crítico James Suckling e custa só 75,00 no site da Belle Cave.
Latido de Sarah 2016, Navarra (100% Garnacha)
Quem me conhece sabe da minha paixão por Rosés e esse me conquistou logo de cara. Não só porque sou amante dos rótulos de Navarra, mas porque amei as notas de maçã, cereja e melancia. Superdiferente! Sim, e você encontra esse rosé no site por módicos 75,00 (me conquistou!).
DOMAINE BOUCABEILLE, CÔTES-DU-ROUSSILLON VILLAGES
Chegamos ao sul da França, mais precisamente no Languedoc Roussilon, região que vem produzindo vinhos interessantes e com excelente custo-benefício.
Os vinhos do Domaine Boucabeille são produzidos na colina da Forca Real (altitude de 505 metros), 15 quilômetros ao norte de Perpignan. No cume, dá para enxergar toda a planície do Roussillon e o mar. Por este motivo, a Forca Real sempre serviu de covil para os pescadores da região.

A colina é composta de xistos com ardósia de 450 milhões de anos de idade! Este tipo de terroir favorece a produção de vinhos redondos, longos na boca, complexos e elegantes. Por que? Por que os xistos permitem às raízes das vinhas se afundarem profundamente para encontrar a água e minerais que precisam. E com o sol do sudeste, o vento do noroeste e o ar fresco da altitude, o vinhedo quase não precisa de cuidados.
Monte Nero 2015 (32% Grenache, 40% Syrah, 28% Mouvèdre)
Para mim, esse foi o grande destaque do Domaine Boucabeille. Aliás, a Grenache (ou Garnacha, em espanhol) foi a uva mais comentada desta Master Class. Elaborado com uvas provenientes de vinhedos de mais de 30 anos de idade, o Monte Nero recebeu nada mais nada menos que 90/100 pontos do grande crítico Robert Parker.
O Monte Nero possui nuances de frutas negras e violeta. Em boca é elegante e equilibrado.
VIGNOBLES MAYARD, CHÂTEAUNEUF-DU-PAPE
O Vignobles Mayard é familiar, com vinicultores que já estão em sua 5ª geração, entre eles Didier, Françoise (que nos brindou com uma linda apresentação) e Beatrice. Eles gerenciam 43 hectares da denominação CHATEAUNEUF DO PAPE, produzindo cerca de 140 mil garrafas, incluindo de 1000 a 15.000 garrafas do rótulo branco, que sem dúvida, foi um dos que mais me surpreendeu. Adorei!

Localizado no coração da Vila de Châteauneuf Du Pape, o vinhedo Mayard está situado num belo castelo do século XVII.
Châteauneuf-du-Pape La Crau de Ma Mère Blanc 2016
Esse branco foi uma das grandes surpresas do evento. Com aroma de flores, frutas brancas e ótima acidez, sem dúvida conquistou o paladar dos presentes. Infelizmente essa belezinha ainda não está disponível no mercado brasileiro. Aguardamos com ansiedade!
VINÍCOLA BASILÍSCO
A vinícola Basilisco foi fundada na década de 90. Está localizada em Basilicata, sul da Itália – no “solado da bota”- entre Puglia, Campanha e Calábria. Aglianico del Vulture é a única DOC da região estabelecida na encosta do Monte Vulture – um vulcão extinto, responsável por desenhar a região e pela composição do solo.

A propriedade se beneficia da herança deixada pelo vulcão, além do distinto terroir, possui 8 cavernas seculares escavadas em meio a lava petrificada que, naturalmente, mantém a temperatura e umidade ideais para o amadurecimento do vinho.
Os vinhos foram apresentados pela simpática Francesca Festa, que falou sobre a vinícola e seu terroir, que produz vinhos muito interessantes, sobretudo em virtude do solo tão peculiar.
Basilisco, Aglianico del Vulture, Basilisco 2010 (100% Aglianico)
Amei esse tinto, que se expressa com muita personalidade. De cor vermelho-rubi com reflexos violeta, conta com um nariz de frutas negras, café e um leve toque mineral (provavelmente por conta do solo vulcânico). Muito elegante, levou 91/100 pontos do aclamado crítico Robert Parker.
QUINTA DE LEMOS
Portugal não podia ficar de fora desta MasterClass. Hugo Chaves e Eduardo Figueiral falaram dos vinhedos da Quinta de Lemos, localizados na região do Dão, uma das mais valorizadas e badaladas em terras lusitanas.
A Quinta de Lemos é um projeto de Pierre de Lemos, cuja família possui um grupo têxtil (Celso de Lemos) e decidiu, ainda, investir na produção de vinhos de alta qualidade. Para tanto, não poupou esforços e trouxe para a equipe o renomado enólogo Hugo Chaves e, juntos, produzem vinhos elegantes e que exprimem maravilhosamente o terroir do Dão.
Quinta de Lemos, 100% Alfocheiro 2010
De cor rubi, esse Alfocheiro surpreende pelo equilíbrio e harmonia, com nuances de frutas vermelhas, terra úmida e flores. Recebeu 17/20 da Revista de Vinhos, uma das publicações mais importantes de Portugal. Amei!
VINÍCOLA GIOVANNI CORINO, PIEMONTE, ITÁLIA
Os vinhedos, atualmente conduzidos por Giovanni e Giuliano Corino, têm como carro-chefe os Barolos, belos vinhos elaborados 100% com a uva Nebbiolo. A empresa é do tipo que respeita a natureza, não fazendo uso de pesticidas na produção.

Hoje, a empresa cultiva 9 hectares de vinhas, no município de La Morra, com uma produção anual de cerca de 50 mil garrafas. Andrea Corino (3ª geração da família) falou sobre cada um dos três Barolos que levaram para a MasterClass, todos maravilhosos! Porém, um deles me chamou mais a atenção:
Giovanni Corino, Barolo DOCG Giachini 2013
De coloração vermelho-rubi com reflexos granada, esse Barolo possui toda a tipicidade desta pérola do Piemonte. No nariz, frutas vermelhas, flores e um toque mentolado muito particular. E como um Barolo tão expressivo pode ser de safra 2013, apenas? Segundo Andrea Corino, “Foi uma safra espetacular!”. Simples assim. Realmente, foi para fechar com chave de ouro.
GRANDE DEGUSTAÇÃO BELLE CAVE
Após a MasterClass, rolou uma degustação com mais de 60 produtores que fazem parte da Belle Cave, reunindo enófilos, trade, press e profissionais do mundo do vinho. Conhecemos muitos rótulos primorosos, muitos deles apresentados pelos próprios representantes das vinícolas. E, como sempre, tive a oportunidade de encontrar os amigos que nutrem uma mesma paixão pelo vinho.
Então é isso, meus queridos! Até a próxima! Ótimos vinhos! Tim-Tim!
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