Entre os assuntos sobre os quais eu mais curto pesquisar, sem dúvida, estão as curiosidades sobre o mundo do vinho. Sim, adoro descobrir histórias sobre a origem das coisas, de preferência do tipo que me surpreendam. Afinal, não é à toa que sou Jornalista por formação.
E se você se interessou por esse artigo, acredito que, como eu, você provavelmente já deve ter se perguntado a respeito do porquê dos nomes de determinadas castas viníferas.
Certamente, a origem dessas denominações tende a ser bastante controversa e muito pouco documentada. Por isso, quando a gente pesquisa sobre o assunto é comum encontrar uma, duas ou até três possíveis explicações sobre esses nomes. Aqui veremos algumas delas, referentes a algumas das cepas tintas mais conhecidas.
Antes de tudo, vale destacar que os nomes das uvas, entre outros dados sobre elas, são oficialmente estabelecidos por uma ciência chamada ampelografia, responsável pelo estudo de variedades de plantas, folhas e frutos da videira.
MALBEC
Conta-se que um agricultor húngaro chamado Malbek (com K) foi o primeiro a identificar separadamente esta casta, tratando de espalhá-la na França, na área da Cahors, para depois ser levada até Bordeaux, onde também é conhecida como Auxerrois. Logo, o nome Malbek foi adaptado, substituindo o K pelo C, referindo-se a uma palavra similar em francês cujo significado quer dizer “gosto amargo”, fazendo alusão a forma àspera com que a Malbec passou a se expressar naquela região.
MERLOT
Os produtores de vinho franceses sempre se viram numa luta contra pragas mortíferas que ameaçavam seus vinhedos. Porém, uma delas sempre foi uma das mais difíceis de se combater: os pássaros. Tudo porque há frutas que agradam mais ao paladar desses bichinhos – nesse caso, as uvas! Logo, reza a lenda que os Merlis (os pássaros) sempre tiveram um fraco pela cepa que atualmente é denominada Merlot justamente em homenagem a eles.

CABERNET SAUVIGNON
Esta uva é mais moderna do que se acredita. Trata-se do produto do cruzamento entre a Sauvignon Blanc branca e a tinta Cabernet Franc, antes de 1700. Como sabemos, a Cabernet Sauvignon é a rainha das uvas tintas, difícil de domar, mas que, ao mesmo tempo, cresce e se adapta a praticamente todos os climas.

Logo, essa casta tomou para si os nomes de seus “pais”, ou seja, Cabernet ( de Cabernet Franc) e Sauvignon (de Sauvignon Blanc). Fala-se, ainda, que a origem do nome Cabernet (derivado de Homem das Cavernas) e Sauvignon (Selvagem) seria, ainda, em outras palavras, “Homem Selvagem das Cavernas”.
TEMPRANILLO
A origem de seu nome vem da Espanha, onde é amplamente cultivada. É uma das primeiras castas a amadurecer. Ou seja, sua denominação refere-se à palavra “temprano”, que significa “cedo”, em português.
PINOT NOIR
Seu nome deve-se graças ao formato de seu cacho, que em francês se parece um “pinheiro preto”, só que de posicionado de maneira invertida.
TANNAT
É chamada assim devido a grande quantidade de taninos que possui. Logo, “tannat” oficialmente viria de “taninos”, substância responsável pela adstringência nos vinhos tintos.
PETIT VERDOT
Desmembrando o nome em duas partes, temos “Petit” (pequeno em francês) e “Verdot”, que se refere ao momento da maturação da cepa, que costuma se dar acompanhada de uma leve tonalidade verde. Tal uva é de amadurecimento tardio, ou seja, o contrário da Tempranillo.
SANGIOVESE
Cepa italiana. O nome vem do latim “Sanguis Jovis”, que significa “Sangue de Júpiter”. Estima-se que chamada desta forma pela primeira vez na época romana.
SYRAH
Reza a lenda que ela vem de “Darou é Shah” (o remédio do rei), uma qualificação dada ao vinho pelo rei-semideus persa Djemchid. Syrah é uma das uvas mais antigas do mundo. Estudos apontam, inclusive, que o vinho citado em diversas passagens da bíblia, como nas Bodas de Canãa e a Última Ceia, certamente teria sido originário da uva Syrah.
CARMENERE
Seu nome provém da palavra francesa “Carmín”, que se refere a cor da folhagem das plantas antes da caída das mesmas, no outono, por exemplo. Trata-se de um leve avermelhado.

NEBBIOLO
Uva tinta do Piemonte, na Itália, que se qualifica dessa forma em virtude da palavra “nebbia”, que significa “névoa” e se refere a neblina comumente avistada nas colinas onde se situam as videiras durante seu período de colheita.
Então é isso, pessoal! Espero que tenham curtido e espalhem essas histórias para os amigos.
Até a próxima! Ótimos vinhos! Tim-Tim!
Referências: Big Wine Theory, Wikepedia, devinosyvides.