5 Estilos de Vinhos Tintos Que Te Darão Uma Verdadeira Aula Sobre Taninos

Logo que comecei a me interessar por vinhos, há cerca de 10 anos, uma das minhas maiores dúvidas era a respeito dos taninos. O que são? Como os experts conseguem identificá-los na bebida? O tempo passou e, após muitos livros e centenas de rótulos degustados, hoje posso dizer que tal aspecto se tornou algo muito natural.

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Mas não é para os enófilos experientes que escrevo esse artigo e sim para você, que começou a apreciar vinhos recentemente e ainda está se familiarizando com os conceitos e experiências gustativas. Entender os taninos pode ser muito divertido, sobretudo na prática. Então, vamos lá!

DEFININDO TANICIDADE

De forma bem simples, Taninos são compostos encontrados nos vinhos capazes de provocar uma certa sensação de “boca seca”. É como quando saboreamos uma maçã e sentimos a “cica” da fruta. É fácil captar o tanino quando se coloca a ponta da língua no céu da boca antes e após degustar o vinho. Você logo percebe a diferença. Mas é fato que os taninos são muito mais que isso. Eles estão presentes nas cascas, sementes e engaço (caule) das uvas, assim como no carvalho da barrica onde a bebida é envelhecida. E, além de provocar adstringência, o tanino também protege o vinho à medida que o ajuda a amadurecer, adicionando profundidade e novas nuances.

Todos os tintos têm taninos. Porém, alguns possuem mais do que outros. E são esses vinhos que nos ajudarão a entender a Tanicidade, tornando-a mais fácil de ser percebida.

CABERNET SAUVIGNON DE BORDEAUX (MARGEM ESQUERDA) 

A margem esquerda de Bordeaux é o berço da Cabernet Sauvignon, rainha das uvas tintas e frequentemente associada à Tanicidade. Mesmo que a maioria dos países cultive esta cepa, não há melhor forma de provar os taninos da Cabernet do que degustando um jovem Bordeaux da margem esquerda da região. Em sua juventude, os taninos de Bordeaux são tão potentes, que a sua sensação na boca é inconfundível. Talvez por isso seja tão difícil degustar um Bordeaux jovem e tão delicioso desfrutá-lo na maturidade, quando seus taninos se tornam sedosos – motivo pelo qual esses exemplares envelhecidos chegam a alcançar preços estratosféricos. 

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*Dica: Se você quiser experimentar um Bordeaux jovem, aposte em um da margem direita. Como nesses exemplares a Merlot é a casta que domina, o vinho tende a ser macio, mesmo em sua juventude. 

TEMPRANILLO

Os vinhos desta casta cultivada na Espanha tendem a ser ácidos, ao mesmo tempo em que carregam taninos bem acentuados. Nos exemplares de Rioja Reserva e Gran Reserva isso se torna ainda mais nítido, visto que estes permanecem, no mínimo, 2 anos em barricas de carvalho antes de serem engarrafados. 

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Se você quiser entender como o carvalho realmente afeta o tanino (e tiver oportunidade, tipo um amigo na Espanha), pegue uma garrafa de Cosecha Rioja e outra de Reserva Rioja. O primeiro nunca viu madeira, enquanto o segundo fica armazenado em barrica por pelo menos 2 anos. Isso é para os CdF’s do mundo do vinho, mas acredito que seja divertido..rsrs.

NEBBIOLO 

A uva dos italianos Barolo e Barbaresco possui taninos robustos, acentuados e de alta acidez. Por isso, também é o tipo de vinho que se suaviza com o passar do tempo. Logo, neste caso, assim como no do Cabernet da margem esquerda, “quanto mais velho , melhor”.

SANGIOVESE

Não é a toa que os vinhos elaborados com essa uva são chamados de “empoeirados”. Pegue uma garrafa de Brunello ou Chianti e perceba como o tanino se encaixa perfeitamente para se expressar em um vinho rústico e profundo.

TANNAT

Nesse caso, o nome já diz tudo. Batizado de Tannat devido aos taninos encontrados nesta uva, esse néctar costuma ser potente e corajoso. É o tipo do vinho para quem deseja entender os taninos a fundo, com direito a uma definição bem prática e genuína.

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Gostaram da experiência? Então, que tal escolher um desses tintos para provar e sentir todas as características dos taninos? Aposto que será divertido e instrutivo.

Até amanhã! Bons vinhos! Tim-Tim!

5 comentários

  1. Excelente artigo pela sua simplicidade. Acrescentava apenas aqui o Ramisco de Colares. É das experiencias de taninos mais evidentes nas castas portuguesas. Ver como o vinho é adstringente enquanto jovem e como os taninos se tornam polidos e integrados quando envelhecem. saúde

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